
Do nascimento à fotografia
Nascida em 1 de dezembro de 1997.
Filha única de mãe solo, tinha que ser criativa para brincar, e a fotografia era uma das minhas brincadeiras favoritas. Tenho até hoje revelada a primeira foto que tirei da minha mãe, e ainda criança ganhei uma câmera analógica da Barbie.
Uma criança cheia de poses, que adorava fotografar e ser fotografada, parece que no fundo já era possível saber o tanto que uma câmera podia me fazer brilhar os olhos, mas por não ser uma profissão tão tradicional, ao longo dos anos fui perdendo o hábito de fotografar, e ao terminar o ensino médio nem cogitei essa possibilidade na hora de me inscrever em uma faculdade.
De exatas? humanas? não fazia ideia, achava que São Paulo era longe demais pra estudar (nunca tinha ido), e procurei opções de curso somente em Santo André. A escolha? Engenharia! é isso mesmo que você está lendo hahahah
E sim, eu cursei o primeiro semestre inteirinho, trabalhava no transporte escolar e em todo o tempo livre que tinha estudava, mas como boa TDAH que sou, desenvolvi um hiperfoco em fotografia.
Comprei minha primeira câmera, ainda estudando engenharia levava a câmera para a faculdade, fotografava meus colegas. Cada espaço do prédio eu só conseguia pensar em como ficariam algumas fotos ali, e ficava me perguntando "será que me autorizam a ficar fotografando por aqui?" hahahah pois é. Ali nascia uma fotógrafa, e a "brincadeira" foi tão longe que começaram a me contratar. Fotos em parques para o pessoal da igreja, aniversários de crianças, e eu nem podia acreditar que estava ganhando dinheiro fazendo algo que eu amava tanto.
Meu curso de engenharia foi ficando menos importante para mim, mas a dívida do financiamento ficava cada vez mais alta, e isso começou a me gerar ansiedade.
"Como vou pagar? eu até posso conciliar com fotografia, mas e se eu não conseguir? se eu deixar o curso vou decepcionar minha família" essas e outras frases tomaram conta da minha mente, e eu, ainda com 17 anos, tive que procurar saídas para decidir de fato o que gostaria de fazer e como fazer isso sem atrapalhar o meu futuro.
Decidi então conseguir uma bolsa em engenharia pra estudar na capital de SP, e assim eu conseguiria investir em fotografia e seguir com as duas coisas. Porém, nessa busca por bolsas de estudo, descobri que a vida universitária poderia ser bem mais diversificada do que eu imaginava. Existia faculdade de fotografia! Como assim eu não sabia disso antes? Meu coração acelerou, e eu não tive dúvidas em me inscrever para a seleção.
Passou um mês, dois, eu já havia renovado para o próximo semestre de engenharia na faculdade em que estudava quando recebi um e-mail, era da FAPCOM, informando que havia conseguido bolsa integral para o curso de fotografia.
Sem pensar duas vezes já chamei minha mãe, que apesar de surpresa me apoiou desde o primeiro momento, e começamos a separar os documentos. Com tudo encaminhado para a matrícula, descobri que só poderia realizá-la se cancelasse a matrícula do outro curso. Eu estava com medo de não abrir turma, de só abrir turma noturna, e eu ficar sem os dois cursos, mas fiz tudo o que precisava ser feito e as coisas aconteceram como planejado.
E esse foi o meu primeiro passo para estar aqui.